O pai-nosso também conhecido como padre-nosso é a oração mais conhecida do cristianismo.
Duas versões dela ocorrem no Novo Testamento: uma no Evangelho de Mateus (Mateus 6:9–13), como parte do discurso sobre a ostentação, uma seção do Sermão do Monte; e a outra no Evangelho de Lucas (Lucas 11:2–4).
O contexto da oração em Mateus é uma parte de um discurso, sobre um povo sofrido que ora grandiosamente, simplesmente com a finalidade de ser visto orando; Mateus descreve Jesus ensinando as pessoas a orar "segundo a fórmula" dessa oração. Tendo em conta a estrutura da oração, fluxo de sujeito e ênfases, uma interpretação da Oração do Senhor é como uma orientação sobre como orar em vez de aprender algo ou repetir por hábito. Há outras interpretações sugestivas que a oração foi concebida como uma oração específica a ser usada. O Novo Testamento relata Jesus e seus discípulos orando em várias ocasiões; mas nunca os descreve usando essa oração, é incerto o quão importante ela foi originalmente vista e tida.
A versão mais usada em português é a seguinte:
Na Páscoa de 2007, foi estimado que dois bilhões de cristãos católicos, protestantes e ortodoxos leram, recitaram ou cantaram a oração em milhares de línguas. Embora muitas diferenças teológicas e vários modos e maneiras de adoração dividam cristãos, de acordo com o professor Clayton Schmit do Seminário Fuller "há um senso de solidariedade em saber que os cristãos ao redor do globo estão orando juntos..., e estas palavras sempre nos unirão."
A Bíblia do Peregrino, por meio de Nota de Rodapé a Mateus 6:13, observa que essa oração ressoa a experiência de Israel no processo de sua libertação, o que inclui: provações no deserto, o maná cotidiano, a vontade de Deus promulgada como Lei, a santidade cultual do nome de Deus revelada por Moisés e o reinado de Deus pela aliança na Terra Prometida.
A Tradução Ecumênica da Bíblia, por meio de Nota de Rodapé a Mateus 6:9, observa que essa oração:
Deve-se observar que Jesus viveu no contexto da espiritualidade judaica, que nos evangelhos se cita frequentemente os textos sagrados do judaísmo e que Jesus, como judeu, estava sob a Torá. Seguramente orou as Dezoito Bençãos, o Shema, o Avinu Malkenu (Pai nosso, Rei nosso), os Salmos, o Tehilim ("louvores" em português), entre outras muitas orações que existiam dentro do corpo religioso judaico.
Pode-se assegurar que, se o judaísmo introduziu uma grande novidade no contexto religioso de sua época, o cristianismo trouxe ao mundo de seu tempo uma nova visão da Divindade. Para o cristianismo existia uma deidade, a dos judeus. Só havia um Deus verdadeiro, mas não para um só povo. O Senhor passou de ser um Deus local do povo judeu para ser um Deus universal. O Deus dos cristãos se mostrava a todos os homens que quiseram segui-lo sem distinção de sua origem. Segundo o cristianismo, O Senhor queria um novo povo ao que qualquer homem de boa vontade podia pertencer e esse novo povo era a Igreja. Essa é a razão pela qual diferentes denominações cristãs nomeiam a si mesmas como o Novo Israel.
No princípio, os primeiros cristãos se consideravam parte do povo judeus, oravam nas sinagogas e respeitavam toda a Torá. No primeiro Concílio de Jerusalém, narrado no capítulo 15 do livro de Atos dos Apóstolos, se diz que os gentios que abraçavam a Cristo não estavam obrigados a cumprir a Torá dada ao povo de Israel. Por exemplo, os cristãos de origem gentílica não estavam obrigados a circuncidar-se (apenas a guardar certos mandamentos, como o Shabat) até que se o processo de conversão fosse finalizado e os mesmos passassem a ser parte integrante da comunidade de Israel. A partir deste momento, o cristianismo começou a separar-se gradualmente do judaísmo.
O pai-nosso foi fundamental neste ponto. Ao separar-se do judaísmo, o cristianismo teve que ir adquirindo uma identidade própria e a principal separação da espiritualidade judaica era a oração. O cristianismo teria que buscar sua própria oração, para não ser considerado uma seita do judaísmo. O pai-nosso passaria a ser a principal separação que diferenciaria o povo "novo" do "velho" neste ponto da história. A diferença não estava muito clara, entre os judeus e os primeiros seguidores do cristianismo.
Os primeiros cristãos tinham um grande respeito pela Oração dominical. A Oração dominical não se ensinava a qualquer um. Sua recitação constituía um privilégio que só se outorgava aos que já haviam recebido o batismo. Era a última coisa que se ensinava aos catecúmenos e só na véspera de seu batismo. Era a maior e mais apreciada jóia da fé.
Os antigos cristãos das Igrejas da África tomaram sua profissão de fé (quid credendum) desta oração. Uma profissão de fé é uma declaração de suas crenças, um exemplo disto é a oração do Credo, o símbolo niceno do catolicismo latino e oriental. Os que pretendiam obter o batismo deviam ter um profundo conhecimento da oração (quid orandum). Os catecúmenos deviam de seguir detalhadamente a explicação do credo e posteriormente deviam recitá-lo publicamente de memória. A transição entre estes passos era o pai-nosso. A profissão de fé no cristianismo é uma parte fundamental, pois mediante ela se declaram quais são suas crenças fundamentais e básicas. O fim que as igrejas primitivas da África tomaram como base para sua profissão de fé demostra que, desde o princípio do cristianismo, estas palavras de Jesus foram consideradas as mais santas palavras.
Na igreja primitiva, a oração do pai-nosso estava reservada para o momento mais alto da celebração que posteriormente o catolicismo chamaria missa. Haviam de preceder fórmulas que se assemelhavam seu respeito. Estas fórmulas têm sido herdadas por igrejas em suas liturgias atuais: na liturgia da igreja oriental, se diz como introdução: "Tu és digno, ó Senhor, concede-nos que alegremente e sem temor, nos atrevamos a te invocar, Deus celestial, como um Pai, e que digamos: Pai nosso...". Na primitiva liturgia romana o sacerdote precedia a oração com a frase: "nos atrevemos a dizer", reconhecendo a enorme audácia que há em repetir palavras consideradas tão santas pelo cristianismo.
Será usada a tradução da Bíblia de Jerusalém (BJ) (veja acima)
Antes de propor os termos da oração, Jesus faz algumas orientações preliminares (Mateus 6:5–8).
A Edição Pastoral da Bíblia comenta essa passagem por meio de uma nota de rodapé relativa a Mateus 6:5–6, que diz que:
“ | Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a auto-suficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração. | ” |
A Bíblia de Jerusalém comenta essas instruções preliminares por meio de nota de rodapé ao termo "orardes" em Mateus 6:6, na qual observa que: Jesus também instruiu sobre o modo de orar por meio de seu exemplo, como em Mateus 14:23, e a orar:
A Bíblia do Peregrino comenta essas instruções preliminares por meio de notas de rodapé que observam que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia comenta essas instruções preliminares por meio de notas de rodapé que observam que:
Junto as duas primeiras palavras—"Pai nosso"—são um título usado em outro lugar no Novo Testamento, bem como na literatura judaica. Refere-se a Deus Pai. Isso também implica a proximidade entre a natureza pessoal da relação entre Deus Pai e essa oração, como um pai e uma criança, como ensinado por Jesus em cada um dos seus quatro evangelhos. Não trinitários podem tomar essa linha referente ao posicionamento de Deus como pai de toda a humanidade, incluindo Jesus a quem é normalmente posicionado como o filho.
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "Pai nosso do céu!" observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que diz que a tradução literal dessa frase seria: "Pai nosso, aquele nos céus" observa que:
Tendo iniciado, a oração começa da mesma maneira como o Kadish, santificando o nome de Deus, e seguindo expressa a vontade de que a vontade de Deus e o Reino aconteçam. No judaísmo o nome de Deus é de importância extrema, e honrar o nome é central à piedade. Os nomes não são vistos simplesmente como rótulos, mas como reflexões verdadeiras da natureza e identidade do qual eles se referem. Assim, a oração que santifica-se o nome de Deus era tida como equivalente a santificar o próprio Deus. "Santificado seja" está na voz passiva por isso não indica quem é que está santificando. Uma interpretação é que há uma chamada a todos os crentes para honrar o nome de Deus. Quem vir a oração primariamente como escatológica concebe a oração ser uma expressão de desejo pelo fim dos tempos, quando o nome de Deus, na visão destes relata a oração, será universalmente honrado.
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática da parte final desse versículo com: Lucas 11:2, Ezequiel 36:23, João 17:6 e João 17:26.
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "Seja respeitada a santidade do teu nome", observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduz essa frase como: "dá a conhecer a todos quem tu és", observa que:
O pedido para que o Reino de Deus venha é geralmente interpretado como uma referência à crença, comum na época, que a figura do Messias traria o Reino de Deus. Tradicionalmente, a vinda do Reino de Deus é visto como um dom divino recebido na oração, e não uma conquista humana. Esta ideia é muitas vezes contestada por grupos que acreditam que o Reino virá pelas mãos dos fiéis que trabalharam por um mundo melhor. Acredita-se por estes indivíduos que a ordem de Jesus para alimentar o faminto e vestir os necessitados é o Reino referido por Ele.
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "venha o teu reinado", observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduz essa frase como: "faze com que venha o teu Reinado", observa que:
A oração seguinte, com uma expressão de esperança que seja feita a vontade de Deus. Alguns vêem a expressão da esperança como um anexo, declarando um pedido para que a terra esteja sob comando divino diretamente e manifestadamente. Outros veem isso como um convite às pessoas para se submeter a Deus e a seus ensinamentos. Nos Evangelhos, estes pedidos têm o esclarecimento acrescentado na terra, como no céu, uma frase ambígua em grego que pode ser uma símile (i.e fazer a terra parecida com o céu) , ou um paralelismo (i.e tanto no céu quanto na terra), contudo a símile seja uma significativa interpretação mais comum.
A Bíblia de Jerusalém observa que essa frase pode ser um acréscimo proposto por Mateus, pois não consta na versão da oração apresentada em Lucas 11:2–4 e a correlação temática da parte final desse versículo com: Mateus 7:39, Mateus 21:31, Mateus 26:39, Mateus 26:42 e Daniel 4:32.
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "cumpra-se o teu designo na terra como no céu", observa que cumprir o desígnio equivale a exercer o reinado.
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduz essa petição como: "faze com que se realize a tua vontade, na terra, à imagem do céu", observa que:
Os versos seguintes são pedidos mais pessoais, diferentes do Kadish. O primeiro está relacionado ao pão "diário". Normalmente o significado da palavra traduzida como diário, (gr: ἐπιούσιος/trans: epiousios), é obscuro. A palavra é um hápax, ocorrendo somente nas versões de Lucas e Mateus do pai-nosso. (Uma vez pensou-se equivocadamente ter encontrado a palavra em um livro de contabilidade do Egito.). Pão diário parece ser uma referência à passagem na qual Deus provia maná aos israelitas a cada dia enquanto eles estavam no deserto (Êxodo 16:15–21). Já que eles não podiam manter qualquer maná durante a noite, tiveram que depender de Deus para fornecer um novo a cada manhã. Etimologicamente epiousios parece estar relacionado com as palavras gregas "epi" (sobre, acima, em, contra) e "ousia" (substância). Os primeiros escritores cristãos ligaram o conceito à transubstanciação eucarística, o que alguns estudiosos protestantes modernos tendem a rejeitar, argumentando que a prática da Eucaristia e da doutrina da transubstanciação foram ambas desenvolvidas depois que Mateus foi escrito. Epiousios também pode ser entendida como a existência, ou seja, o pão que foi fundamental para a sobrevivência (como na Peshitta siríaca onde a linha é traduzida por "dar-nos o pão da que temos necessidade hoje."). Na época, pão era o alimento mais importante para a sobrevivência. No entanto, os estudiosos da linguística consideram essa versão improvável, uma vez que violaria as regras padrão de formação de palavras. O grego koiné tinha vários termos mais comuns para a mesma ideia. Alguns interpretam epiousios no sentido de amanhã, como na redacção dada pelo Evangelho dos Nazarenos para a oração. A tradução tradicional, "diário", está convenientemente próxima do significado desejado pelas duas outras possibilidades. Os cristãos que leem a Oração do Senhor sob um prisma escatológico, entendem epiousios como referindo-se à Segunda Vinda - a leitura para amanhã (e pão) num sentido metafórico. A maioria dos estudiosos discorda, sobretudo porque Jesus é retratado em Lucas e Mateus como cuidador de necessidades diárias de seus seguidores, especialmente nos milagres relacionados ao pão.
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática desse versículo com: Lucas 11:3, Provérbios 30:8–9 e João 6:32–35; e observa que:
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "dá-nos hoje o pão de amanhã", observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduziu essa petição como: "Dá-nos hoje o pão que precisamos", observa que:
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática desse versículo com: Lucas 11:4, Mateus 18:21–35 e Efésios 4:32.
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "perdoa nossas ofensas como também nós perdoamos aos que nos ofendem", observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduziu essa petição como: "perdoa-nos as nossas faltas contra ti, como nós mesmos temos perdoado aos que tinham faltas contra nós", observa que:
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática da primeira parte desse versículo com: Lucas 11:4, Mateus 26:41 e João 17:11; e observa que a tradução apresentada é equivocada, pois embora Deus nos submeta à provação, não tenta ninguém (cf. Tiago 1:12 e I Coríntios 10:13).
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "não nos deixe sucumbir à prova", observa que a provação é condição de todo homem, inclusive do religioso (cf. Eclesiástico 2:1–5, Eclesiástico 2:1–5 e Sabedoria 3:5), portanto, não cabe pedir para não estar sujeitos às provas, mas de ter força para superá-las (cf. Mateus 26:41).
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduziu essa petição como: "e não nos introduza na tentação", observa que:
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática da segunda parte desse versículo com: Mateus 13:19, Mateus 13:38, João 17:15, I João 2:14 e II Tessalonicenses 3:3; e observa que:
A Bíblia do Peregrino, que traduz essa frase como: "livra-nos do maligno", observa que o maligno é o tentador, que na provação tenta provocar a queda, é o Satã, a serpente que tentou Eva.
A Tradução Ecumênica da Bíblia, que traduziu essa petição como: "mas livra-nos do Tentador", observa que:
A Tradução Ecumênica da Bíblia, observa que alguns manuscritos, acrescentam o seguinte Wiki Portuguêsepílogo: "pois teus são o reino, o poder e a glória para sempre", que provém da liturgia e que é empregada em uma versão ecumênica da oração.
Os versículos seguintes (14 e 15) dedicam-se à importância do dever de perdoar os irmãos.
A Bíblia de Jerusalém destaca o paralelismo/correlação temática desses versículo com: Marcos 11:25, Eclesiástico 28:1–5, Mateus 5:7, Efésios 4:32, Colossenses 3:13 e Tiago 2:13.
A versão latina da oração tem importância cultural e histórica no Ocidente e principalmente na Igreja Católica. O texto usado na liturgia (Missa, Liturgia das Horas, etc.) diverge levemente do que foi usado na Vulgata e provavelmente é anterior a ela.
A doxologia associada a Oração do Senhor é encontrada em quatro manuscritos da Vetus Latina, apenas duas dão em sua integridade o texto. Outros manuscritos sobreviventes da Vetus Latina não tem a doxologia. A tradução da Vulgata também não a inclui, concordando assim com as edições críticas do texto grego.
Nas liturgias do rito latino, a doxologia nunca está ligada a Oração do Senhor. Usa-se na Missa do Vaticano II (revisada após o Concílio do Vaticano II), localizada não imediatamente após a Oração do Senhor, mas sim após a oração sacerdotal, Libera nos, quaesumus..., que elabora a petição final, Libera nos a malo (Livra-nos do mal).
Segundo a doutrina católica, Jesus ensinou o pai-nosso aos seus discípulos, que estavam ansiosos em saber como rezar bem, no famoso Sermão da Montanha. O Pai-Nosso ou Padre-Nosso é uma "oração cristã insubstituível", "a síntese de todo o Evangelho (Tertuliano) e a oração perfeitíssima (São Tomás de Aquino)". "A tradição litúrgica da Igreja usou sempre o texto de Mateus 6, 9-13.
De acordo com o Catecismo de São Pio X, o Pai-Nosso possui 7 petições precedidas de um preâmbulo.
Para a Igreja Católica, o pai-nosso é também "a oração da Igreja por excelência [...] visto que as suas sete petições, fundadas no mistério da salvação já realizada, [...] serão plenamente atendidas na vinda do Senhor. O pai-nosso é também parte integrante da Liturgia das Horas". Estas "sete petições a Deus Pai" são divididas em duas partes:
Para além destas petições, o pai-nosso também revela à humanidade a sua relação especial e filial com Deus Pai. A partir de então, "podemos invocar a Deus como Pai [...] porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque o seu Espírito no-Lo faz conhecer. [...] Ao rezar a oração do Senhor estamos conscientes" e absolutamente confiantes de sermos filhos de Deus e de sermos "amados e atendidos" por Deus Pai. "Sempre que rezamos ao Pai, adoramo-Lo e glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito", porque estas três Pessoas divinas formam a Santíssima Trindade.
Nesta oração considerada pelos católicos como única e profunda em significado, os fiéis invocam também Deus como "Pai Nosso [...] porque a Igreja de Cristo é a comunhão duma multidão de irmãos que têm um só coração, uma só alma (At 4,32)" e um só Deus. Jesus, nesta oração, afirma que Deus está nos céus porque Ele, o infinitamente santo, não está apenas num lugar físico próprio, mas sim "no coração dos justos", daqueles que fazem a Sua vontade. Esta afirmação também faz lembrar aos crentes que "o céu, ou a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para a qual tendemos na esperança, enquanto estamos ainda na terra. Nós vivemos já nela 'escondidos com Cristo em Deus' (Cl 3,3)".
Nas igrejas protestantes o pai-nosso é visto como um modelo de oração, e não uma reza, baseado em uma interpretação da fala de Jesus em Mateus:6:7
E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Mateus 6:7
Nem todas as igrejas tem esse mesmo posicionamento como as igrejas Anglicanas e Luteranas que recitam nos cultos essa oração, a versão mais comum do pai-nosso é a de João Ferreira de Almeida que Diz:
Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome;venha a nós o Teu reino; Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!
Mateus 6:9-13
Uma das diferenças entre a versão protestante e a católica é o acréscimo da última parte constante em Mateus 6:13 [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.] na versão protestante. Isso se deu por ordem do rei Enrique VIII da Inglaterra.
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