O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma planta da família Fabaceae.
A planta do amendoim é uma planta herbácea, com caule pequeno e folhas compostas e pinadas, contendo quatro folíolos de formato elíptico e com inserção alternada. Possui abundante indumento, raiz aprumada, medindo entre 30–50 cm de profundidade. As flores são pequenas e amareladas e, depois de fecundadas, penetram no solo, com a ajuda de uma estrutura denominada ginóforo e de um fenómeno conhecido como geocarpia, onde os legumes se desenvolvem subterraneamente. O fruto é uma vagem.
Amendoim | |||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||||
| |||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||
Arachis hypogaea |
Amendoim | |
---|---|
Valor nutricional por 100 g (3,53 oz) | |
Energia | 567 kcal (2 370 kJ) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | 16.13 |
• Açúcares | 4.72 |
• Fibra dietética | 8.5 |
Gorduras | |
• saturada | 6.279 |
• trans | 0.000 |
• monoinsaturada | 24.426 |
• poli-insaturada | 15.558 |
Proteínas | |
Proteínas totais | 25.80 |
Água | 6.50 |
Cafeína | 0 |
Vitaminas | |
Vitamina A equiv. | 0 µg (0%) |
Tiamina (vit. B1) | 0.640 mg (56%) |
Riboflavina (vit. B2) | 0.135 mg (11%) |
Niacina (vit. B3) | 12.066 mg (80%) |
Ácido fólico (vit. B9) | 240 µg (60%) |
Vitamina B12 | 0.00 µg (0%) |
Vitamina C | 0.0 mg (0%) |
Vitamina E | 8.33 mg (56%) |
Vitamina K | 0.0 µg (0%) |
Minerais | |
Cálcio | 92 mg (9%) |
Ferro | 4.58 mg (35%) |
Magnésio | 168 mg (47%) |
Fósforo | 376 mg (54%) |
Potássio | 705 mg (15%) |
Sódio | 18 mg (1%) |
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. Fonte: USDA Nutrient Database |
O amendoim tem uma grande importância económica, principalmente na indústria alimentar. Algumas variedades produzem grãos com uma grande quantidade de lípidos (de 45 a 50% de lipídios) e têm sido utilizadas para a fabricação de óleo de cozinha. Em várias regiões da África, o amendoim é moído para cozinhar vários pratos da culinária local, que ficam assim mais ricos em lípidos e proteínas. É muito apreciado como aperitivo, torrado ou frito.
A espécie Arachis hypogaea conta com uma grande variedade de nomes comuns, que alternam de país para país:
Amendoim, aráquide ou aráquida, alcagoita (regionalismo algarvio); ervilhana ou arvelhana (regionalismos do Alentejo e do Algarve); amendobi (nome antigo);
Amendoí, amendoís, mandobi, mandubi, mendubi, menduí, mindubim e minuim;
Mancarra; jinguba;
Amendoim, com o registo Nº MZ/2014/375, no IPI (Instituto da Propriedade Industrial) de Moçambique.
Jinguba (também grafado ginguba);
Mancarra, jiguba, jinguba, mandubi, manobi, amendubi, amendo mepinda.
Jinguba (também grafado ginguba).
O amendoim é uma planta originária da América do Sul (Brasil e países fronteiriços: Paraguai, Bolívia e norte da Argentina), na região compreendida entre as latitudes de 10º e 30º sul, com provável centro de origem na região do Chaco, incluindo os vales do Rio Paraná e Paraguai.
A difusão do amendoim iniciou-se para as diversas regiões da América Latina, América Central e México. No século XVIII foi introduzido na Europa. No século XIX difundiu-se do Brasil para África e do Peru para as Filipinas, China, Japão e Índia.
Na pendência do século XVI, os portugueses descobrem o amendoim no Brasil, onde já era cultivado pelos ameríndios nativos, tendo-o ulteriormente introduzido em Portugal, no século XVIII, e posteriormente em África, no século XIX.
Com efeito, Gabriel Soares de Sousa, no Tratado Descritivo do Brasil de 1587, discorre sobre o amendoim, nos seguintes termos:
“ | «Dos amendoins temos que dar conta particular, porque é coisa que se não sabe haver senão no Brasil, os quais nascem debaixo da terra, onde se plantam à mão, a um palmo um do outro: as suas folhas são como as dos feijões de Espanha, e tem os ramos ao longo do chão. E cada pé dá um grande prato destes amendoins, que nascem nas pontas das raízes, os quais são tamanhos como bolotas, e têm a casca da mesma grossura e dureza, mas é branca e crespa, e têm dentro de cada bainha três e quatro amendoins, que são da feição dos pinhões com casca, e ainda mais grossos. Têm uma tona parda, que lhes sai logo como a do miolo dos pinhões, o qual miolo é alvo. Comestos (comidos) crus têm sabor de gravanços (grãos-de-bico) crus, mas comem-se assados e cozidos com casca, como as castanhas, e são muito saborosos, e torrados fora da casca são melhores. De uma maneira e de outra é esta fruta muito quente em demasia, e causam dor de cabeça, a quem come muitos, se é doente dela. Plantam-se estes amendoins em terra solta e húmida, na qual planta e benefício dela não entra homem macho: só as índias os costumam plantar, e as mestiças; e nesta lavoura não entendem os maridos, e têm para si que se eles ou seus escravos os plantarem, que não hão-de nascer. Desta fruta fazem as mulheres portuguesas todas as coisas doces, que fazem das amêndoas, e cortados os fazem cobertos de açúcar, de mistura com os confeitos. E também os curam em peças desligadas e compridas, que fazem pinhoadas. | ” |
O consumo mais popular do amendoim se dá das seguintes formas: como manteiga de amendoim (em sanduíches, doces ou consumido puro), torrados, cozidos ou crus. A principal utilização da manteiga de amendoim é em casa, mas grandes quantidades são também utilizadas na produção comercial de sanduíches, doces e produtos de panificação. Também é largamente utilizado como recheio ou componente de chocolates e bombons. No Brasil, vários produtos alimentícios têm como base o amendoim: paçoca de amendoim, pé-de-moleque, doce de amendoim, entre outros. Também é consumido como principal ingrediente de bolos, gelados e sorvetes.
Óleo de amendoim é frequentemente utilizado na culinária, porque tem um sabor suave e queima a uma temperatura relativamente elevada. O amendoim também é usado para a alimentação de aves de jardim. Os amendoins têm uma variedade de usos finais industriais. Tintas, vernizes, óleos lubrificantes, roupas de couro, polidor de móveis, inseticidas e nitroglicerina são feitos de óleo de amendoim. Alguns processos de saponificação utilizam óleo de amendoim, assim como a produção de diversos cosméticos. A porção de proteínas do óleo é usado na fabricação de algumas fibras têxteis.
As cascas de amendoim são aproveitados na fabricação de plástico, gesso, abrasivos, e combustível. Eles também são usados para fazer celulose (rayon e utilizado em papel) e mucilagem (cola). A parte aérea da planta de amendoim é utilizada para fazer feno. O bolo de proteína (farelo de bagaços), resíduo do processamento do óleo, é usado na alimentação animal e como fertilizante do solo. Também pode ser usado, como outros legumes e grãos, para fazer um leite sem lactose, como bebida, o leite de amendoim.
O amendoim pode ser usado para suprir as necessidades diárias de proteína que nosso organismo necessita, porém é necessário combiná-lo com outros alimentos tais como: cereais integrais (supre a deficiência de metionina), legumes (supre a deficiência de lisina e treonina) ou com levedura de cerveja (supre a deficiência de metionina e treonina) (Pamplona, p. 235). O amendoim é pobre em metionina, lisina e treonina, por isso esse cuidado (ibid.).
A Argentina é a maior produtora de amendoim na América Latina e a 9ª maior do mundo. No Brasil, se produz um doce à base de amendoim moido, açúcar e sal, conhecido como paçoca. Na Colômbia, a semente é consumida de diversas formas: frito (cristalizadas, frito com e sem casca, com e sem sal), torrados, com ou sem casca, e cristalizada. Neste último caso, cristalizadas caramelo, vermelho é a cor vermelha natural da casca. Ele também é usado para fabricar o Nougat de Amendoim embebido em caramelo.
No Chile, é normalmente vendido como um lanche, preparado ou industrial, de artesanato ou em estações de serviço, também em supermercados, quiosques e lojas de conveniência, entre outros. Além disso, em quase todos os cantos das áreas do centro turísticas ou comerciais. Cuba também o tem como um alimento bem popular, sendo vendido nas ruas pelos chamados "Manisero", que torram as sementes e as vendem embaladas nos famosos "cones de amendoim", popularizado pela canção de Moisés Simons, "El manisero"
Na Espanha, a semente é consumida crua ou assada, então chamada de "Panchito", embora seja geralmente conhecido popularmente como "cacahuetes" ou "cacau". Nas Ilhas Canárias são chamados de Maní. No México, é comum encontrá-los em diferentes formas, como aperitivo ou lanche (salgado,tipo japonês, caramelizados, picantes, etc.) Ou como um doce altamente nutritivo tradicional feito com amendoim e mel chamado "pé de cabra" ou "fricassé" (você também pode fazer com outras sementes, sementes de abóbora) e, até mesmo, como marzipã de amendoim. Ele também é usado para preparar vários pratos, como frango ao molho de amendoim.
No Equador, é um alimento amplamente consumido, que tem uma forte presença em algumas províncias costeiras e da província de Manabí, onde seu uso é essencial na preparação de pratos como frutos do mar viche os pratos corviche e outros feitos com bananas. Da mesma forma, utilizada na culinária do Equador para preparar bolinhos de peixe, cozidos, guatita, etc. É comercializado como um lanche em uma escala industrial em diversas formas: sal, mel, pimenta etc.
No Peru, também é um alimento popular que pode ser encontrado em várias apresentações e preparações, confit doces e salgados artesanais e industriais com caramelo de enchimento para chocolates etc . Também é usado na preparação de um prato chamado "patinhas com amendoins." Na Venezuela e, provavelmente, em outros países, se usa amendoim com nozes e grãos diversos na decoração da mesa na véspera de Natal ou como um lanche para as crianças na escola.
O estado de São Paulo concentra mais de 90% da produção brasileira de amendoim, sendo que o Brasil exporta cerca de 30% do amendoim que produz.
A produção mundial de amendoins no ano de 2018, de acordo com dados da FAOSTAT, foi de aproximadamente 45,9 milhões de toneladas. A China lidera como maior produtor mundial, com 37,7% do volume produzido no mundo. O ranking dos principais produtores mundiais está listado a baixo:
Produção em toneladas | |||||
Classificação | País | Produção (ton) | Porcentagem | ||
---|---|---|---|---|---|
1.º | China | 17 332 600 | 37,7% | ||
2.º | Índia | 6 695 000 | 14,6% | ||
3.º | Nigéria | 2 886 987 | 6,3% | ||
4.º | Sudão | 2 884 000 | 6,3% | ||
5.º | Estados Unidos | 2 477 340 | 5,4% | ||
6.º | Myanmar | 1 599 149 | 3,5% | ||
7.º | Tanzânia | 940 204 | 2,0% | ||
8.º | Argentina | 921 231 | 2,0% | ||
9.º | Chade | 893 940 | 1,9% | ||
10.º | Senegal | 846 021 | 1,8% | ||
11.º | Guiné | 770 105 | 1,7% | ||
12.º | Níger | 594 162 | 1,3% | ||
13.º | Camarões | 594 019 | 1,3% | ||
14.º | Brasil | 563 347 | 1,2% | ||
15.º | Gana | 521 032 | 1,1% | ||
Total | 45 950 900 | 100% |
O valor bruto da produção mundial, no ano de 2016 foi de aproximadamente 26,84 bilhões de dólares.
This article uses material from the Wikipedia Português article Amendoim, which is released under the Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 license ("CC BY-SA 3.0"); additional terms may apply (view authors). Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-SA 4.0, salvo indicação em contrário. Images, videos and audio are available under their respective licenses.
®Wikipedia is a registered trademark of the Wiki Foundation, Inc. Wiki Português (DUHOCTRUNGQUOC.VN) is an independent company and has no affiliation with Wiki Foundation.