Ilhas Molucas, de Maluco (ou Malucas, do árabe Jazirat al-Muluk, ilha dos reis) são um arquipélago da Insulíndia que faz parte da Indonésia, localizado entre Celebes (Sulawesi) e a Nova Guiné.
São limitadas a sul pelo Mar de Arafura, a oeste pelos mares de Banda e das Molucas, a norte pelo Mar das Filipinas e a noroeste pelo Mar de Celebes.
Ilhas Molucas | |
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Geografia física | |
País | Indonésia |
Localização | Insulíndia, Mar das Molucas e Mar de Banda (Oceano Pacífico), Sudeste Asiático / Oceania |
Ilhas principais | Cerca de 1000 ilhas em duas províncias: Molucas do Norte e Província Molucas |
Ponto culminante | Binaiya (3,027 m) m |
Área | 74 505 km² km² |
Geografia humana | |
População | 1895000 (2000) |
Localização das Molucas (verde claro) na Indonésia. |
Nos séculos XVI e XVII, as ilhas correspondentes à atual província das Molucas do Norte eram chamadas "Ilhas das Especiarias". Àquela época, a região era a única fornecedora mundial de noz-moscada e cravo-da-índia, especiarias extremamente valorizadas nos mercados europeus, vendidas por mercadores árabes à República de Veneza a preços exorbitantes, com os negociantes a nunca divulgarem a localização exata da origem, pelo que nenhum Europeu conseguia deduzir a sua origem.
Em 1511–1512, os portugueses foram os primeiros Europeus a chegar às Molucas, em procura das afamadas especiarias. Os Holandeses, os Espanhóis e outros reinos locais, como Ternate e Tidore, disputaram o controle do lucrativo comércio de especiarias. As árvores de noz-moscada e cravo-da-Índia foram posteriormente transplantadas no mundo inteiro, o que reduziu a importância internacional da região.
As ilhas Molucas são constituídas por cerca de 1 000 ilhas vulcânicas (com alguns vulcões ativos) localizadas na Placa Euroasiática, mas muito próximas dos limites das placas filipina e australiana.
A totalidade das Molucas formaram uma única província da Indonésia entre 1950 e 1999, quando os distritos das Molucas do Norte e de Halmaera foram desmembrados e unidos na nova província das Molucas do Norte. Os distritos restantes permaneceram na província das Molucas.
A província indonésia das Molucas do Norte (Maluku Utara, em indonésio) compreende a porção setentrional do arquipélago das Molucas. Sua capital é Ternate. A província possui uma população de 870 000 habitantes (2004) e uma área de 31 652 quilômetros quadrados.
A província indonésia das Molucas (Maluku, em indonésio) compreende a porção meridional do arquipélago das Molucas. Sua capital é Amboíno. A província possui uma população de 1 313 022 habitantes (2004) e uma área de 46 975 quilômetros quadrados.
Molucas do Norte:
Província das Molucas:
A princípio, estas várias ilhas eram habitadas por Australasianos. Com a navegação e o comércio malaio na região, surgiu uma colonização malaia. No século X chegaram os mercadores árabes, que atravessavam o Oceano Índico em busca de especiarias. Com eles foi a religião islâmica, que acabou tornando-se a principal na região. Chamavam as ilhas do extremo oriente de Al Maluk, que significa "Ilhas dos Reis".
Mais tarde, quando os Otomanos passaram a representar o Califado e as nações islâmicas, os mercadores árabes aumentaram muito seu mercado na região, a ponto dos otomanos estabelecerem guarnições nas ilhas (embora, nominalmente, nunca tenham pertencido de fato ao Império Otomano). Para os Europeus que acabavam de se lançar ao mar, a produção de especiarias das distantes ilhas era uma mina de ouro.
Estas ilhas eram conhecidas no século XVI como Ilhas das Especiarias e a sua localização era mantida em segredo pelos mercadores árabes. Em Agosto de 1511 em nome do rei de Portugal, Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, que era ao tempo o centro do comércio asiático. Em Novembro desse ano, ficando a saber a localização das "ilhas das especiarias", enviou uma expedição de três navios comandados pelo seu amigo de confiança António de Abreu para as encontrar. Pilotos malaios foram recrutados, guiando-os via Java, as Pequenas Ilhas de Sunda e da ilha de Ambão até às Ilhas Banda, onde chegaram no início de 1512. Aí permaneceram, como primeiros Europeus a chegar às ilhas, durante cerca de um mês, comprando e embarcando em seus navios a noz moscada e cravo-da-Índia. Abreu partiu então velejando por Amboíno enquanto o seu vice-comandante Francisco Serrão se adiantou para as ilhas Molucas mas naufragou terminando em Ternate. Ocupados com hostilidades noutros pontos do arquipélago, como Amboíno e Ternate, só regressariam em 1529.
Os primeiros relatos europeus escritos sobre a região são da Suma Oriental, um livro escrito pelo boticário (farmacêutico) português Tomé Pires estabelecido em Malaca entre 1512 e 1515 mas que visitou Banda várias vezes. Na primeira visita contactou os Portugueses e principalmente os marinheiros malaios em Malaca, calculando então a população entre 2500-3000. Reportou os Bandaneses como parte de uma rede de comércio abrangendo toda a Indonésia e os únicos comerciantes de longo curso nativos das Molucas a transportar produtos para Malaca, embora alguns carregamentos de Banda também fossem feitos por mercadores javaneses. Além da noz moscada e maça, Banda mantinha também um significativo entreposto de comércio. Entre os produtos que passavam por Banda estavam o cravinho de Ternate e Tidore, a norte, penas de aves-do-paraíso das ilhas Aru e da Nova Guiné, entre outros.
Logo após a viagem de circum-navegação executada por Fernão de Magalhães, em 1519, tornou-se necessária a revisão dos tratados de demarcação que dividiram as terras descobertas, no período das Grandes Navegações, entre Portugal e Espanha. Inicialmente, admitia-se como ponto de referência as ilhas de Cabo Verde, a noroeste do continente africano. Pela Bula Intercoetera, todas as terras a 100 léguas oeste dessas ilhas, seriam de controle espanhol, enquanto o lado leste caberia a Portugal. Logo após, o acordo foi reformulado através do Tratado de Tordesilhas, que avançava a linha para 370 léguas oeste. Porém, com a circum-navegação, tornava-se necessário a demarcação do limite no outro extremo do globo. Esse limite foi imposto sobre as ilhas Molucas, usadas como referência. As terras que estivessem a Leste, pertenceriam a Espanha; as que estivessem a Oeste, a Portugal, até ao mencionado no tratado. Porém, até ao início do século XVII, este tratado não obteve o mínimo efeito na região, uma vez que esta ficava muito distante de Lisboa e suas colónias, mas viável para os árabes e otomanos, que mantiveram o controle económico, cultural e político sobre as ilhas até a consolidação da colonização holandesa em toda a Indonésia. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano em sua aliança com o Império Alemão tentou uma falha retomada das ilhas.
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