Congo ou quicongo (em quicongo: kikongo) é uma língua africana falada pelo povo congo nas províncias de Cabinda, do Uíge e do Zaire, no norte de Angola; e na região do baixo Congo, na República Democrática do Congo e nas regiões limítrofes da República do Congo.
Língua quicongo (Kikongo) | ||
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Outros nomes: | Quicongo, Kikongo, kikoongo, congo, kongo | |
Falado(a) em: | Angola República Democrática do Congo República do Congo | |
Total de falantes: | 7 milhões | |
Família: | Nigero-congolesa Atlântico-congolesa Volta-congolesa Benue-congolesa Bantoide Meridional Banta Central H Língua quicongo (Kikongo) | |
Escrita: | alfabeto latino escrita mandombe | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | kg | |
ISO 639-2: | kon | |
ISO 639-3: | kon | |
A língua quicongo tem o estatuto de língua nacional em Angola. Conta com diversos dialetos. Era a língua falada no antigo Reino do Congo.
É uma língua tonal. Era falada por muitos dos que foram levados como escravos para as Américas. Por essa razão, formas crioulas suas são adotadas na linguagem ritual de religiões afro-americanas. Também influenciou na formação da língua gullah nos Estados Unidos e do palenquero na Colômbia. Existem atualmente aproximadamente 7 000 000 de falantes nativos e 2 000 000 de pessoas que a usam como segunda língua. Serviu de base para a formação do kituba.
Atualmente, não existe um padrão de ortografia para o quicongo. São usados vários estilos diferentes, principalmente em jornais, panfletos e alguns livros.
O quicongo foi a primeira das línguas bantas a ser escrita em caracteres latinos e foi a primeira língua banta a possuir um dicionário. Foi escrito um catecismo em quicongo sob a autoridade de Diogo Gomes, um jesuíta nascido no Congo de pais portugueses em 1557, mas nenhuma versão dele existe nos dias atuais.
Em 1624, Mateus Cardoso, outro jesuíta português, editou e publicou uma tradução para o quicongo do catecismo de Marcos Jorge. Seu prefácio diz que a tradução foi feita por professores congoleses de São Salvador (Mabanza Congo), provavelmente parcialmente por obra do congolês Félix do Espírito Santo.
O dicionário foi escrito por volta de 1648 para uso de missionários capuchinhos e o principal autor foi Manuel Robredo, um padre secular do Congo que se tornaria capuchinho sob o nome de Francisco de São Salvador. Nas costas do dicionário, existe um sermão de duas páginas escritas somente em quicongo. O dicionário tem aproximadamente 10 000 palavras.
Dicionários adicionais foram criados por missionários franceses na costa do reino de Loango na década de 1780, e uma lista de palavras foi publicada por Bernardo da Canecattim em 1805.
Missionários batistas que chegaram ao Congo em 1879 desenvolveram uma ortografia moderna para a língua.
O "Dicionário e Gramática da Língua Congo", de W. Holman Bentley, foi publicado em 1887. No prefácio, Bentley creditou Nlemvo, um africano, por sua assistência, e descreveu "os métodos que usou para compilar o dicionário, que incluíram organizar e corrigir 25 000 folhas de papel contendo palavras e suas definições." Eventualmente, Bentley, com a assistência especial de João Lemvo, produziu uma Bíblia completa em 1905.
O quicongo pertence à família de línguas bantas. De acordo com Malcolm Guthrie, o quicongo pertence ao grupo linguístico H10, o grupo das línguas congos. Outra língua do grupo é o bembe. O Ethnologue 16 inclui o ndingi (H14) e o mboka (H15) como dialetos do Congo, embora reconheça que eles podem ser considerados línguas distintas.
De acordo com a classificação de Bastin, Coupez e Man (Tervuren), que é mais recente e precisa que a de Guthrie, a língua tem os seguintes dialetosː
Labial | Coronal | Dorsal | ||||
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Nasal | m m | n n | ng ŋ | |||
(pré-nasalizada) Plosiva | mp ᵐp | mb ᵐb | nt ⁿt | nd ⁿd | nk ᵑk | |
p p | b b | t t | d d | k k | ||
(pré-nasalizada) Fricativa | mf ᶬf | mv ᶬv | ns ⁿs | nz ⁿz | ||
f f | v v | s s | z z | |||
aproximante | w w | l l | y j |
anterior | posterior | |
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fechada | ii | uu |
média | ee | oo |
Baixa | aa |
Existe uma contrastante quantidade vocálica. /m/ and /n/ também têm variantes silábicas, que contrastam com consoantes pré-nasalizadas.
Muitos escravos africanos transportados para a América falavam quicongo, e sua influência pode ser vista em muitas línguas crioulas na diáspora africana, como o palenquero (falado por descendentes de escravos negros fugidos na Colômbia), o habla congo (a língua litúrgica da religião afro-cubana palo) e a língua crioula haitiana. Algumas palavras do inglês americano também são derivadas do quicongo, comoː goober (amendoim), do quicongo nguba; zombie (zumbi), do quicongo nzombie, "morto"; e funk, do quicongo lu-fuki. O nome da dança cubana mambo deriva de um termo quicongo que significa "conversa com os deuses".
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