Língua Analítica

Uma língua analítica é uma língua natural na qual a maior parte dos morfemas são morfemas livres aos quais se consideram palavras com significado próprio.

Tipologia linguística
Morfológica
Língua analítica
Línguas isolantes
Língua sintética
Língua flexiva
Língua aglutinante
Língua polissintética
Língua oligossintética
Morfossintática
Alinhamento
Nominativo-acusativo
Nominativo marcado
Ergativo-absolutivo
Ergativo dividido
Austronésio
Ativo-estativo
Sujeito nulo
Papel theta
Pivô sintático
Língua ativa
Língua tripartite
Ordem das palavras
Sujeito-verbo-objeto
Sujeito-objeto-verbo
Verbo-sujeito-objeto
Verbo-objeto-sujeito
Objeto-sujeito-verbo
Objeto-verbo-sujeito
Tempo-maneira-lugar
Lugar-maneira-tempo
Léxico
Nome das cores
Numeral

Pelo contrário, numa língua sintética, as palavras compõem-se de morfemas aglutinados ou fundidos que denotam o caráter sintático da palavra.

O chinês falado é o exemplo representativo de língua analítica mais clássico. Para ilustrá-lo, pode-se observar o seguinte exemplo:

"Todos meus amigos querem comer ovos". "Meus amigos todos querem comer ovos".
朋友
de péngyou dōu yào chī dàn
Eu possessivo amigo tudo querer comer ovo

Tal e como se observa no exemplo acima indicado, quase sempre uma sílaba se corresponde com um conceito. Se se faz a comparação entre o chinês e o português, observa-se que o português não compartilha as características analíticas do chinês, já que o português emprega bastantes sufixos para marcar, por exemplo, número/-s/ e género /-o/ em substantivos e determinantes; pessoa em determinantes e verbos; bem como no verbo marcam aspecto, número, modo e tempo. Se se compara a oração do exemplo em chinês e a sua tradução ao inglês (All my friends want to eat eggs.), observa-se que ainda que o inglês seja uma língua relativamente analítica (bem mais que o português), também contém alguns rasgos aglutinantes, tais como o morfema derivativo sufixo -/s/ para marcar o plural nos substantivos "amigo" e "ovo".

Fora da China, no Sudeste Asiático, existem muitas línguas analíticas, como por exemplo as línguas tai e o vietnamita.

O Hebraico moderno é muito mais analítico que o hebraico clássico, "ambos com substantivos e com verbos".

Quando uma língua analítica se compara com uma língua altamente sintética, por exemplo o alemão, o contraste é evidente:

Der Mann Die Männer
"O". masculino. Nominativo. Singular "homem". Singular "Os". Nominativo. Plural "homens". Plural

No exemplo, observa-se que o morfema alemão "Der" se corresponde simultaneamente com quatro conceitos diferentes, e o morfema "Die" se refere a três conceitos (o alemão não distingue género em plural), mas as normas que estabelecem a relação entre "der" e "die" são bastante arbitrárias (além disso, os morfemas "der" e "die" também podem ser artigo definido feminino singular, dependendo do caso), o que proporciona uma natureza fusional a este conjunto de morfemas. Além disso, a palavra "Männer" corresponde-se com dois conceitos e relaciona-se com a palavra "Mann" tanto mediante a marca de plural /-er/ como com o processo de umlaut que muda a vogal "a" por "ä" em muitos plurais da língua alemã. Desta forma, a formação de plurais em alemão está governado por uma norma de carácter flexivo. Como conclusão, se pode dizer que a tipologia linguística do alemão se encontra entre as línguas aglutinantes e as línguas fusionais.

Características das línguas analíticas

A ordem das palavras, nas línguas analíticas, é regida por regras sintácticas muito estritas e elaboradas. Isto deve-se ao facto de as palavras não contarem com marcas morfológicas para mostrar o seu papel sintáctico, pelo que a ordem das mesmas é muito significativa. Por exemplo, o chinês e o inglês utilizam a ordem das palavras para mostrar a relação sujeito-objecto. O chinês também emprega a ordem da sequência de palavras para mostrar se um artigo é determinado ou indeterminado, a relação entre rema e tema, o papel dos advérbios (se são descritivos ou contrastivos) etc.

Além disso, as línguas analíticas costumam tender a depender bastante do contexto e em considerações pragmáticas para interpretar a informação da oração, já que não especificam tanto como as línguas sintéticas em termos tais como a concordância e referencialidade entre diferentes partes da oração.

Referências

Ver também

Tags:

AglutinaçãoFunção sintáticaLíngua naturalLíngua sintéticaMorfema

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