Socialismo do século XXI é um conceito político e um slogan cunhado pelo sociólogo alemão Heinz Dieterich, em 1996.
Foi usado por Hugo Chávez durante um discurso no Fórum Social Mundial de 2005 e tem sido divulgado por Dieterich activamente em todo o mundo desde 2000, especialmente pela América Latina.
Heinz Dieterich é considerado o conselheiro (informal) do processo de desenvolvimento bolivariano, executada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. Segundo Dieterich, nem o capitalismo industrial e nem o socialismo real conseguiu "resolver os problemas urgentes da humanidade, como pobreza, fome, exploração, opressão econômica, o sexismo, o racismo, a destruição dos recursos naturais, e a ausência de uma real democracia participativa".
Para corrigir estas falhas, Dieterich sugere a construção de quatro instituições básicas dentro da nova realidade da civilização pós-capitalista, a saber:
Depois da guinada à esquerda, a qual levou Chávez e vários políticos de esquerda à presidência, veio a onda conservadora e também novo avanço de políticos à esquerda nas disputas eleitorais das presidências dos países. Porém, segundo o próprio Dietrich, essas ascensões recentes não podem ser classificada como "socialismo do século XXI".
O pós-neoliberalismo, também conhecido como antineoliberalismo, é um conjunto de ideais caracterizadas pela rejeição do neoliberalismo e das políticas econômicas do Consenso de Washington. Embora haja um debate acadêmico sobre os aspetos definidores do pós-neoliberalismo, este é frequentemente associado ao "progressismo fiscal" como uma resposta aos excessos ou fracassos do neoliberalismo, envolvendo nacionalização e redistribuição da riqueza, ou mesmo protecionismo e sindicalismo.
O movimento teve uma influência particular na América Latina, onde a maré rosa levou ao reestabelecimento de governos de esquerda na década de 2000. Exemplos de governos pós-neoliberais incluem os antigos governos de Evo Morales na Bolívia e Rafael Correa no Equador.
A ideia do pós-neoliberalismo surgiu durante a maré rosa das décadas de 1990 e 2000, quando críticos latino-americanos de esquerda do neoliberalismo, como Hugo Chávez e Evo Morales, foram levados ao poder. Segundo os investigadores, a eleição de Chávez como presidente da Venezuela em 1999 marcou o início definitivo da maré rosa e do movimento pós-neoliberal. Após a sua eleição, Rafael Correa, Néstor Kirchner, Evo Morales e vários outros líderes associados ao movimento pós-neoliberal foram eleitos na América Latina durante as décadas de 2000 e 2010. Na década de 2020, o presidente eleito chileno Gabriel Boric, que saiu vitorioso nas eleições gerais chilenas de 2021, prometeu acabar com o modelo econômico neoliberal do país, afirmando: “Se o Chile foi o berço do neoliberalismo, será também o seu túmulo”.
Embora as ideias do pós-neoliberalismo não sejam exclusivas da América Latina, estão amplamente associadas à região.
O pós-neoliberalismo procura mudar fundamentalmente o papel do Estado nos países onde o Consenso de Washington outrora prevaleceu. Para conseguir isto, os líderes pós-neoliberais na América Latina têm defendido a nacionalização de diversas indústrias, nomeadamente as indústrias do gás, da mineração e do petróleo. O pós-neoliberalismo também defende a expansão dos benefícios sociais, um maior investimento governamental na redução da pobreza e uma maior intervenção estatal na economia.
De acordo com as definições tradicionais, a palavra "socialismo" remete a um sistema econômico onde há propriedade coletiva dos meios de produção para satisfazer as necessidades humanas de bem estar social, características que estão extremamente distantes da realidade Venezuelana, cuja economia encontra-se majoritariamente nas mãos da iniciativa privada[carece de fontes]. Tim Worstall, analista da revista americana Forbes, afirma que a economia da Venezuela não possui de fato um sistema socialista, mas sim uma política econômica que se opõe à atuação dos mercados.
A despeito disso, existem outras críticas ao chamado "socialismo do século XXI" vinda de setores da direita política, que afirmam que este modelo de governo defende ideias "ultrapassadas" e "fora de moda". José María Aznar afirma que o "socialismo do século XXI" assume características autoritárias e totalitárias. O Arcebispo de Mérida, dom Baltazar Porras, disse que o socialismo do século XXI é ideologicamente indefinido, que visa "distrair a atenção" e que "parece mais um supermercado" e/ou tecnicamente seria a volta ao Escambo, segundo seu pronunciamento. Para o arcebispo, outras características do "socialismo do século XXI" são o autoritarismo, o populismo e o militarismo.
Há também aqueles que pensam que o "socialismo do século XXI" trata-se de um mero slogan, como também existem aqueles que afirmam que tais políticas pretendem criar o que chamam de economia equivalente, onde o cidadão não obtém nenhuma receita com base no seu conhecimento ou preparo, mas no tempo necessário para concretizar um produto ou serviço e, neste contexto, os cidadãos perdem o poder de decidir o quão valioso o seu trabalho é.
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