Bombardeio Israelense Contra Embaixada Iraniana Em Damasco

Em 1º de abril de 2024, um ataque aéreo de Israel destruiu o prédio anexo do consulado iraniano adjacente à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, matando 16 pessoas, incluindo um comandante sênior da Força Quds do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica (popularmente chamado de Guarda Revolucionária Iraniana), o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi e sete outros oficiais.

Dois civis foram mortos no ataque.

Bombardeio israelense contra embaixada iraniana em Damasco
Parte de Conflito iraniano-israelita
Bombardeio Israelense Contra Embaixada Iraniana Em Damasco
Bombardeio israelense contra embaixada iraniana em Damasco
Complexo da embaixada iraniana após o ataque: edifício consular destruído à direita, adjacente ao edifício da embaixada
Localização Damasco, Síria
Planejado por Israel
Alvo Consulado iraniano em Damasco
Data 1 abril 2024 (2024-04-01)
Baixas 16 mortos

O ataque aéreo ocorreu durante um período de elevada tensão entre Israel e o Irã, e em meio à guerra Israel-Hamas e ao conflito Israel-Hezbollah.

Em 13 de abril de 2024, o Irã retaliou o ataque com ataques aéreos contra Israel.

Contexto

Desde 2013, o Irã mantém a presença das suas tropas na Síria em resposta à Guerra Civil Síria, uma vez que a Síria é um aliado iraniano crucial. Além disso, tem estado envolvido no treino e no financiamento de forças paramilitares do Hezbollah, juntamente com milícias estrangeiras do Iraque e do Afeganistão, não só na Síria, mas também no vizinho Líbano. Desde a eclosão da Guerra Civil Síria em 2011, Israel conduziu centenas de ataques aéreos contra ativos do Hezbollah no país.

Com o início da Guerra Israel-Hamas em outubro de 2023, Israel aumentou a intensidade dos ataques à Síria. De 12 a 22 de outubro de 2023, Israel lançou pelo menos três ataques a aeroportos na Síria, particularmente em Damasco e Alepo. Notavelmente, Israel executou Razi Mousavi, um importante general iraniano, na capital síria, Damasco, em 25 de dezembro de 2023, e do Brigadeiro-General Sadegh Omidzadeh, um oficial de inteligência da Força Quds, em 20 de janeiro de 2024.

Ataque

Em 1 de abril de 2024, o edifício anexo do consulado iraniano, adjacente à embaixada iraniana em Damasco, foi destruído por um ataque aéreo israelense. O embaixador iraniano Hossein Akbari alegou que o edifício do consulado “foi alvo de seis mísseis de aviões de guerra israelenses F-35”.

O suposto alvo principal do ataque foi o comandante da Força Quds, Brigadeiro-General Mohammad Reza Zahedi, que foi morto no ataque. Segundo o jornal britânico The Guardian, Zahedi era uma figura crítica na relação entre o Irã e o Hezbollah. O jornal estadunidense The New York Times informou que uma fonte anônima da Guarda Revolucionária disse que o ataque teve como alvo uma reunião entre funcionários da inteligência iraniana e militantes palestinos, incluindo líderes da Jihad Islâmica Palestina, que estavam discutindo a guerra em Gaza.

Imagens e fotos da área do consulado após o ataque mostraram grandes danos, fogo e fumaça. A mídia iraniana informou que o prédio foi completamente destruído e que o embaixador e sua família, que estavam alojados na embaixada ao lado, saíram ilesos.

O edifício da embaixada canadense, do outro lado do edifício consular, também foi danificado no ataque, com pelo menos algumas das suas janelas destruídas. A embaixada está fechada desde 2012 por causa da guerra civil na Síria, embora ainda seja propriedade do governo canadense.

Vítimas

Dezesseis foram mortos no total, incluindo sete soldados da Guarda Revolucionária, cinco milicianos apoiados pelo Irã, um combatente do Hezbollah, um conselheiro iraniano e dois civis.

Além de Zahedi, as vítimas incluíram o vice-brigadeiro-general de Zahedi, Mohammad Hadi Haji Rahimi, e cinco oficiais iranianos: Hossein Aman Elahi, Sayid Mehdi Jalalati, Ali Agha Babaei, Sayid Ali Salehi Roozbahani e Mohsen Sedaghat. Zahedi foi o oficial mais graduado da Guarda Revolucionária a ser morto desde o assassinato de Qasem Soleimani pelos Estados Unidos em janeiro de 2020.

Consequências

Bombardeio Israelense Contra Embaixada Iraniana Em Damasco 
Ali Khamenei liderando o funeral dos soldados mortos em 4 de abril

Em várias cidades do Irã, incluindo a capital, Teerã, bem como Tabriz e Isfahan, grandes multidões de manifestantes reuniram-se agitando bandeiras palestinas e iranianas e exigindo vingança.

Sete embaixadas israelenses foram evacuadas em resposta à ameaça potencial de um ataque retaliatório iraniano, depois que o Irã culpou publicamente Israel e prometeu retaliação. As Forças de Defesa de Israel implantaram sistemas de interferência de GPS em Tel Aviv para proteger contra potenciais ataques aéreos do Irã. A inteligência estadunidense previu um ataque significativo a ativos dos Estados Unidos ou de Israel já na semana de 8 a 12 de abril.

Resposta

Em 5 de abril, o Irã disse aos Estados Unidos para “se afastarem” enquanto se preparavam para a retaliação contra Israel. No dia 13 de abril, a Marinha da Guarda Revolucionária Iraniana embarcou no navio porta-contentores de bandeira portuguesa 'MSC Aries' no Estreito de Ormuz através de um helicóptero. O navio foi redirecionado para território iraniano. O MSC Aries é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer e operado por sua empresa, a Zodiac Maritime.

Mais tarde, em 13 de abril de 2024, os militares iranianos lançaram centenas de drones e dispararam mísseis balísticos contra Israel. Vários países evacuaram as embaixadas de Teerã e cortaram os voos das suas companhias aéreas.

Legalidade

As instalações diplomáticas, assim como casas e escolas, são consideradas “objetos civis” ao abrigo do direito internacional e não são permitidos como alvos, a menos que sejam utilizados para fins militares. Os edifícios diplomáticos têm direito a proteções adicionais contra ataques ou outras interferências por parte do país anfitrião ao abrigo do direito consuetudinário internacional, codificado na Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas e na Convenção sobre Relações Consulares de 1963.

De acordo com Aurel Sari, professor de direito internacional na Universidade de Exeter, no Reino Unido:

Um ataque aéreo israelense realizado na Síria sem o seu consentimento seria uma violação do Artigo 2(4) da Carta das Nações Unidas, que proíbe um Estado de usar a força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer outro Estado... A menos que Israel fosse capaz de justificar qualquer ataque aéreo como um ato de autodefesa, seria uma violação do direito internacional.

Referências


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