A Copa CONMEBOL ou Taça CONMEBOL foi uma competição de futebol organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), disputada de 1992 a 1999.
Foi uma competição de segundo ou terceiro nível sul-americano, comparada com a Copa da UEFA e considerada precursora da Copa Sul-Americana.
Copa CONMEBOL | |||||||||
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Dados gerais | |||||||||
Organização | Confederação Sul-Americana de Futebol | ||||||||
Edições | 8 | ||||||||
Local de disputa | América do Sul | ||||||||
Sistema | eliminatório | ||||||||
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Desde a primeira edição, em 1992, a competição foi realizada em formato eliminatório, composta ordinariamente por quatro fases e 16 participantes, ressalvadas as edições de 1997 (18 times), que contou com uma fase preliminar às oitavas, e de 1999 (14 times), que sofreu duas desistências. Ao todo, teve oito edições e sete campeões: Atlético Mineiro (dois títulos), Botafogo, Lanús, Rosario Central, Santos, São Paulo e Talleres.
É tida como secundária por ser uma competição continental de nível inferior a Copa Libertadores da América, mas considerada terciária por não classificar para a Recopa Sul-Americana contra o vencedor desta, vaga reservada, até 1998, para o ganhador da também extinta Supercopa Sul-Americana.
No início da década de 1990, a Confederação Sul-Americana de Futebol organizou a criação de várias competições de clubes e, entre elas, a Copa CONMEBOL. A competição era formada pelos melhores nos campeonatos nacionais depois do respectivo campeão, único que recebia vaga na Copa Libertadores (limitada até 1999 apenas aos campeões dos campeonatos e copas nacionais, além de seu atual vencedor) pela liga, sendo comparada com a Copa da UEFA, embora outras formas de qualificação tenham sido usadas, como título em copa interestadual. A depender da confederação nacional, não existia impossibilidade de disputar Copa CONMEBOL e Supercopa Sul-Americana.
Em 5 de agosto de 1992, os primeiros seis jogos da primeira edição foram disputados. O Atlético Mineiro e Olimpia protagonizaram a final daquele ano, vencida pelo clube brasileiro.
Aliás, os títulos das duas edições seguintes ficaram no Brasil. Em 1993, com uma equipe limitada, o Botafogo comemorou o feito após vencer o Peñarol na disputa por pênaltis, o que lhe rendeu vaga na Recopa Sul-Americana de 1994, ante o fato de São Paulo ter vencido as duas competições de acesso (Libertadores e Supercopa) em 1993. No ano seguinte, foi a vez do São Paulo, com um quadro de jovens promessas, se sagrar campeão contra o próprio Peñarol. Esta hegemonia brasileira foi superada em 1995, quando o Rosario Central surpreendeu o Atlético Mineiro ao devolver uma goleada de 4 a 0. O feito argentino foi repetido pelo Lanús em 1996. Porém, ambos foram derrotados nas finais seguintes por Atlético Mineiro e Santos.
Os campeões de 1992 a 1995 participaram em 1996 da Copa Master da CONMEBOL, vencida pelo São Paulo. Os vencedores de 1992, 1994 e 1995 classicaram-se para disputar no ano seguinte a Copa de Ouro Nicolás Leoz, que reunia os campeões continentais sul-americanos da temporada passada. Não rendia vaga para a Libertadores, assim como a Sul-Americana em suas oito primeiras edições (2002 a 2009).
Com o passar do tempo, os clubes perderam o interesse pela Copa CONMEBOL e isso se refletiu na edição de 1999, quando os clubes de maior investimento negaram disputar a competição e foram substituídos por clubes de menor expressão (em nível nacional e internacional), sendo ofuscada pelas promissoras copas Mercosul e Merconorte, estreadas em 1998. No mesmo ano (1999), a entidade anunciou a extinção da competição, uma vez que o calendário sul-americano ficaria ocupado com as eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Dessa forma, as federações filiadas decidiram não dar sequência à Copa Conmebol. O Talleres ficou com o título da última edição.
Em 2022, em movimento liderado pelo Atlético Mineiro, entrou em análise a unificação da antiga taça como Copa Sul-Americana, tendo havido aprovação pelo comitê dos clubes integrantes das oitavas-de-final da Copa Libertadores daquele ano; porém, as confederações nacionais pediram mais tempo para avaliar o assunto.
O formato da competição se manteve semelhante ao longo dos anos: um sistema eliminatório com partidas de ida e volta, normalmente disputado por 16 participantes. Os vencedores se classificavam para a próxima fase, seguindo-se o chaveamento mata-mata. A única mudança no regulamento aconteceu em 1997, quando a competição contou com 18 clubes. Isto fez com que uma fase preliminar, composta por dois confrontos, fosse disputada. Em 1999, o chileno Concepción passou das oitavas diretamente para as semis, em razão de duplo W.O no duelo uruguaio que definiria seu rival pelas quartas.
Ano | Final | Semifinalistas | |||
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Campeão | Placares | Vice | |||
1992 Detalhes | Atlético Mineiro | 2 — 0 0 — 1 | Olimpia | El Nacional | Gimnasia y Esgrima |
1993 Detalhes | Botafogo | 1 — 1 2 — 2 3 — 1 (pên.) | Peñarol | Atlético Mineiro | San Lorenzo |
1994 Detalhes | São Paulo | 6 — 1 0 — 3 | Peñarol | Corinthians | Universidad de Chile |
1995 Detalhes | Rosário Central | 0 — 4 4 — 0 4 — 3 (pên.) | Atlético Mineiro | América de Cali | Atlético Colegiales |
1996 Detalhes | Lanús | 2 — 0 0 — 1 | Santa Fe | Rosário Central | Vasco da Gama |
1997 Detalhes | Atlético Mineiro | 4 — 1 1 — 1 | Lanús | Colón | Universitario |
1998 Detalhes | Santos | 1 — 0 0 — 0 | Rosário Central | Atlético Mineiro | Sampaio Corrêa |
1999 Detalhes | Talleres | 2 — 4 3 — 0 | CSA | Deportes Concepción | São Raimundo-AM |
Pos | Clube | Títulos | Vices | Semifinais |
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1.º | Atlético Mineiro | 2 | 1 | 2 |
2.º | Rosário Central | 1 | 1 | 1 |
3.º | Lanús | 1 | 1 | — |
4.º | Botafogo | 1 | — | — |
Santos | 1 | — | — | |
São Paulo | 1 | — | — | |
Talleres | 1 | — | — | |
8.º | Peñarol | — | 2 | — |
9.º | CSA | — | 1 | — |
Olimpia | — | 1 | — | |
Santa Fe | — | 1 | — | |
12.º | América de Cali | — | — | 1 |
Atlético Colegiales | — | — | 1 | |
Colón | — | — | 1 | |
Corinthians | — | — | 1 | |
Deportes Concepción | — | — | 1 | |
El Nacional | — | — | 1 | |
Gimnasia y Esgrima | — | — | 1 | |
Sampaio Corrêa | — | — | 1 | |
San Lorenzo | — | — | 1 | |
São Raimundo-AM | — | — | 1 | |
Universidad de Chile | — | — | 1 | |
Universitario | — | — | 1 | |
Vasco da Gama | — | — | 1 |
Pos | Clube | Títulos | Vices | Semifinais |
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1.º | Brasil | 5 | 2 | 6 |
2.º | Argentina | 3 | 2 | 4 |
3.º | Uruguai | — | 2 | — |
4.º | Colômbia | — | 1 | 1 |
Paraguai | — | 1 | 1 | |
6.º | Chile | — | — | 2 |
7.º | Equador | — | — | 1 |
Peru | — | — | 1 |
A Copa CONMEBOL também ficou marcada pelos episódios de violência por parte de jogadores e torcedores. O primeiro ocorreu na cidade de Belo Horizonte em 23 de setembro de 1992. Na ocasião, torcedores do Atlético Mineiro, após o término da finalíssima, protagonizaram atos de vandalismo e roubos entre o bairro de Lourdes e a praça Sete de Setembro. De acordo com a Polícia Militar, dezoito lojas foram depredadas ou saqueadas e dezenas de veículos danificados. Três anos depois, a torcida do Rosario Central invadiu o campo do estádio Gigante de Arroyito para festejar o título do clube argentino, iniciando uma confusão generalizada que atrapalhou até a cerimônia de entrega do troféu.
O principal evento de violência, porém, ocorreu após o apito final da ida da decisão de 1997, disputada na Argentina por Atlético Mineiro e Lanús. O treinador Emerson Leão teve de fazer uma cirurgia na face em função dos golpes sofridos. Espremidos contra o alambrado por todo o time mandante, outros profissionais do time mineiro também saíram machucados.
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