O alfabeto tifinague (em neo-tifinague: Tifinaɣ em berbere romanizado) é um alfabeto usado por alguns povos berberes para escrever línguas berberes.
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Esse alfabeto não é usado na comunicação ordinária, diária, mas serve para marcar de forma política e simbólica a identidade berbere.
Alfabeto tifinague | |
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Tipo | Abjad |
Línguas | berberes |
Período de tempo | desconhecido, mas ainda em uso |
Sistemas-pais | hieróglifos
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Sistemas-filhos | neo-tifinague |
A escrita tifinague original apresenta poucas letras, com pouquíssimas vogais e sua escrita é vertical. É usada tão somente pelos tuaregues, o único povo berbere que ainda usa a antiga escrita líbico-berbere, que é derivada de uma escrita mais antiga, o líbico ou líbio-amazigue. Há registros do uso dessa escrita por povos amazigues (berberes) ao longo do Norte da África e talvez nas Canárias desde o século III a.C. até ao século III d.C.
Trata-se de uma língua de origem fenícia. Seu nome, tifinague, vem possivelmente do fenício tafineqq (letras fenícias), outros atribuem seu nome à expressão fenícia tifin negh, "nossa invenção".
Estudiosos e ativistas da identidade berbere modificaram e adaptaram o alfabeto tifinague original para um neo-tifinague, desenvolvido na Academia Berbere nos anos 1960, com vogais, escrita da esquerda para direita. Mais recentemente fontes para PC estão disponíveis.
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Tradicionalmente, essa escrita não marca as vogais, exceto aquelas do final de palavras. Recentemente houve propostas para a marcação das vogais, como ocorre em certas áreas com o uso de diacríticos árabes aplicados às letras tifinagues.
A forma dos caracteres varia bastante ao longo da extensa área geográfica de uso do tifinague. Também variam as formas (sentidos) da escrita, sendo a mais comum a da direita para a esquerda, havendo, porém, o sentido vertical, de baixo para cima, em antigas inscrições "líbias". Por vezes a escrita tifinague é usada para escrever outras línguas da região, tais como o tagdal, do grupo songai.
Nos anos 1960, um grupo de jovens berberistas da Cabília criaram a Academia Berbere e desenvolveram uma nova versão da escrita, o "neo-tifinag", que é escrito da esquerda para direita, marca as vogais e apresenta mais letras. Foram publicados textos, artigos e revistas nessa escrita que se popularizou entre os cabilas, como no "Movimento Cultural Berbere", no "JS Kabylie", no "Rali pela Cultura e Democracia", sendo adotada nas áreas onde o berbere é falado.
Houve ainda outras propostas de modificações no tifinague: do Instituto nacional de línguas e civilizações orientais (INALCO, França), da Associação Afus Deg Wfus (França), da revista Tifinagh (Marrocos), por um produto de software da Arabia Ware Benelux (Países Baixos) e do Instituto real da cultura amazigue (IRCAM, Marrocos).
Pessoas que usavam essa escrita eram presas por esse motivo nos anos 1980 e 90. Até pouco tempo não havia nem livros nem websites disponíveis na escrita neo-tifinague. Mesmo ativistas utilizavam o alfabeto latino e mais raramente o árabe, ficando o tifinague apenas para uso simbólico, com os livros e websites em latino ou arábico simplesmente apresentando logotipos ou títulos nessa escrita. Porém, no Marrocos em 2003, o rei adotou essa escrita como uma das oficiais, visando tomar uma posição neutra na disputa entre os defensores da escrita árabe e da escrita latina. Com isso, livros passaram a ser publicados em tifinague, sendo esse alfabeto ensinado em algumas escolas. Marrocos é único país que tem esse alfabeto como oficial.
O neo-tifinague é codificado pelo Unicode de U+2D30 até U+2D7F, desde a versão 4.1.0. São definidos 55 caracteres, que são de fato os mais utilizados. No ISO 15924 o código para o neo-tifinague é Tfng.
Código | +0 | +1 | +2 | +3 | +4 | +5 | +6 | +7 | +8 | +9 | +A | +B | +C | +D | +E | +F |
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U+2D30 | ||||||||||||||||
U+2D40 | ||||||||||||||||
U+2D50 | ||||||||||||||||
U+2D60 | ||||||||||||||||
U+2D70 |
Tabela de comparação entre "glyph" e sua transliteração
Cor | Significado |
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Tifinague básico (IRCAM) | |
Tifinague estendido (IRCAM) | |
Outras letras tifinagues | |
Letras modernas tuaregues | |
Posição não usada |
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(Artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos)
Transliteração:
Imdanen, akken ma llan ttlalen d ilelliyen msawan di lḥweṛma d yizerfan-ghur sen tamsakwit d lâquel u yessefk ad-tili tegmatt gar asen.
Em português:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São providos de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros num espírito de fraternidade.
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